sexta-feira, 14 de março de 2008

NIVER

Hoje o I.E.E.R. começa a a galgar seu 11º ano de existência. Parabenizar os donos da idéia é pouco, é necessário mencionar a ousadia e inovação em pensar num projeto deste tipo: a criação de uma escola com ideais de educação inovadores. Sinto-me a cada dia mais orgulhosa em fazer parte desta instituição e estar crescendo junto com ela. É muito bom poder dizer: "EU FAÇO PARTE DESTA FAMÍLIA".Que esses 11 anos aumentem exponencialmente!!!Parabéns!!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Cemiterada: O dia em que os mortos foram despechados.

O historiador Philippe Ariés (História da Morte no Ocidente) informa que da Idade Média ao século XVIII, “predominou no mundo católico, e na França, em particular, uma relação de proximidade entre vivos e mortos”. A esse período Ariés denominou de “morte domesticada”: parentes, amigos, irmão de confrarias e vizinhos acompanhavam no quarto dos moribundos seus derradeiros suspiros, e a partir do século V os enterravam nas igrejas que freqüentavam. Michel Vovelle (Mourir Antrefois – Paris, 1974) tecendo comentários sobre as pesquisas de P. Ariés, acrescenta: “Uma sociedade em que coabitam os vivos e os mortos, em que o cemitério se confunde com a igreja no coração da cidade”.
Diz, a propósito, o ilustre pesquisador baiano João José Reis em seu premiado livro “A MORTE É UMA FESTA” (1991):
“Como era comum nas sociedades tradicionais, não havia separação radical, como hoje temos, entre a vida e a morte, entre o sagrado e o profano, entre as cidades dos vivos e a dos mortos. Não é que a morte e os mortos nunca inspirassem temor. Temia-se, e muito, a morte sem aviso, sem preparação, repentina, trágica e sobretudo sem funeral e sepultura adequados.”
Em Paris, em 1625, 345 irmandades procediam às cerimonias de sepultamento e das missas pelas almas dos filiados. Aos mais abastados, eram dedicado cerimônias fúnebres dignas de reis e rainhas. Esses funerais foram chamados por Michel Vovelle de “profusão barroca”. O funeral barroco era cercado de muita pompa: o luxo dos caixões, dos panos funerários, inúmeras velas, músicas, autoridades, a decoração suntuosa da igreja, e, sobretudo, o local privilegiado, no templo, para o sepultamento. Quanto mais próximo do altar-mor, maior demonstração de prestígio... e de possibilidade de salvação!...
A partir do século XVIII toma corpo a doutrina dos miasmas, apregoada pela ciência: Cria-se que matérias orgânicas em decomposição infectavam com os seus vapores, o ambiente. Robert Favre, analisando esse problema, conclui que “fugir do ar viciado ou dissipá-lo foi uma das grandes idéias do Século das Luzes”. Notava-se, àquela época (reinado de Luís XVI), às vésperas da Revolução Francesa, a preocupação com a saúde pública, ameaçada pelos miasmas mefíticos. Entre as causas primordiais deste processo, surgiram os cadáveres humanos, sepultados nas igrejas e cemitérios anexos, nas centros urbanos. Os higienistas sugeriram uma diuturna “vigilância olfativa”, recomendando, em particular, “uma intolerância em relação ou odor do cadáver decomposto”. No âmbito da administração pública francesa procurava-se, por volta de 1763, reviver velhas leis que não permitiam o sepultamentos em igrejas, e determinava a construção de necrópoles além dos limites das cidades.
Todavia, essas disposições legais somente seriam cumpridas com a ordem régia de 1776, em que incluíam, também, os enterros nas capelas de mosteiros e conventos. Mas o cumprimento dessa ordem real não foi fácil. Em Paris, àquela época, operava duzentos e noventa cemitérios (290), implantados em igrejas paroquiais, abadias, mosteiros, conventos, colégios. seminários e hospitais. (“La Mort à paris”, de Chaunu). Primeiro cemitério a ser desativado foi o de Saints Innocents, em Paris, em 1780, apesar da resistência do clero, conforme Thibaut-Payen, em “Les Morts, l’État”. Vivia-se na capital francesa, o advento de uma nova era – dali a pouco anos eclodiria a Revolução que abalaria a Europa e o mundo. Em sua vigência, não se cuidou dos destinos das cidades dos mortos. Em 1801 seria promovido um concurso sobre projetos de construção e organização de cemitérios. Em 1803 era fundado o de Pére-Lachaise. No ano seguinte, regulamentavam-se, os dispositivos legais já existentes que proibiam o sepultamento em igrejas etc.
"As atitudes diante da morte" - sentencia João José Reis - "e a relação entre os vivos e os mortos não estão separados de processos históricos mais amplos, daí porque cada país - talvez cada 'região cultural' - teve uma cronologia própria das mudanças" - Na Inglaterra o povo resistiu tenazmente às reformas dos ritos funerais e a desvalorização dos locais de enterro. Proibia-se, como na França, o sepultamento no interior de igrejas, embora a prática continuasse em seus adros. Em Londres, todavia, membros importantes da aristocracia continuavam a ser enterrados na suntuosa Abadia de Westminster e na Catedral de Saint Paul. "A reforma cemiterial na Inglaterra urbana" - informa o autor de "A morte é uma Festa" - "que expulsaria os mortos das igrejas e de seus adros, ocorreria depois das reformas francesas. Só em meados da década de 1830, por exemplo, foi construído o histórico cemitério de High Gate, no alto de uma colina, conforme os padrões de higiene da época". (mais detalhes sobre o assunto, vide a obra de Clare Gittings: "death, Burial and the Individual in Early Modern England").
A era Vitoriana (século XIX) suscitaria na Inglaterra, o renascimento dos funerais pomposos, ao que parece, representasse a posição social do falecido. Ademais, deve-se levar em conta que o mercado funerário cresceu a par com o capitalismo, oferecendo aos seus "clientes" serviços de acordo com o que eles podiam pagar... surgiria, a essa época, as sociedades funerárias (burial societies) que funcionavam como verdadeiras irmandades. Diria, à propósito Thomas Laquer (Bodies, death and pauper Funerals - 1983): "Se a classe trabalhadora vitoriana poupava para alguma coisa, ela poupava para a morte..." Se viveu na miséria, queriam pelo menos, ter um enterro decente. Tudo se fazia para não ser enterrado como indigente; com os Anatomy Acts (1832), os corpos de indigentes, não reclamados pela família, eram cedidos, por certa importância, aos anatomistas, para dissecação... O cadáver se torna uma mercadoria - podia ser comprado e vendido, deixando-se de lados os rituais e hábitos funerários praticados desde remotas eras. Surgiram, até, os ladrões de cadáveres que os vendiam, às ocultas, a médicos e hospitais.
Fatos idênticos aos que ocorreram na França e na Inglaterra, tiveram lugar na Bahia, em 25 de outubro de 1836. O episódio ficou conhecido como cemiterada. Proibiram-se os enterros nas igrejas, concedendo-se a uma companhia privada o monopólio dos sepultamentos na Cidade do Salvador. "A Cemiterada" - informa João José Reis - "começou com uma manifestação de protesto convocada pelas irmandades e ordens terceiras de Salvador, organizações católicas legais que, entre outras funções, cuidavam dos funerais de seus membros".
Naquele 25 de outubro, os sinos das igrejas de Salvador convocavam os fiéis não para a missa, mas para a concentração de protesto contra a privatização dos cemitérios e a proibição de sepultamentos nos templos religiosos. O encontro estava marcado para o "Terreiro de Jesus", no adro da igreja da Ordem Terceira de São Domingos. Daí, seguiram, a pé, para a Praça do Palácio. Cada irmandade, das várias que existiam à época, estavam representadas por seus membros vestidos com suas respectivas insígnias. Pedia-se a anulação da lei que proibia os enterros nas igrejas e o monopólio dos sepultamentos. Após as manifestações de protesto na Praça do Palácio, a multidão dirigiu-se ao Cemitério do Campo Santo. No caminho, perto da Praça, ficava o escritório que iria administrar o referido cemitério. A turba, enfurecida, o destruiu completamente. Ao chegar ao cemitério, o povo (umas três mil pessoas) munidos de machados, alavancas e outros petrechos, promoveu grande quebra-quebra. A própria capela praticamente veio abaixo. Concluída a "operação" a multidão retorna ao centro da cidade, na maior algazarra. A polícia se manteve o tempo todo afastada do conflito. À noite, ainda se ouviam palavras de ordem, em grupos isolados de manifestantes...
No dia seguinte, pela manhã, muita gente visitou o "Campo Santo". Segundo testemunhas, a maioria se sentia alegre pela destruição de um estabelecimento que significava a "derrocada a igreja católica".
Quem primeiro publicou algo sobre essa estranha revolta popular, foi o formado em medicina Antônio José Alves, pai do poeta Castro Alves, que fora testemunha do episódio em 1836. Cinco anos depois, 1842, defenderia uma tese acadêmica contra os sepultamentos nas igrejas e centros urbanos, seguindo, assim, a orientação dos higienistas europeus. Na oportunidade denunciou a "Superstição" do povo e a ganância dos padres e irmandades, embora considerasse impróprio o monopólio privado dos enterros.
As reações, até à violência, contra a proibição de sepultamentos no interior das igrejas e ambientes religiosos, refletiram o profundo sentimento de frustração e medo daqueles que tinham a certeza de que, nesses lugares considerados sagrados, a salvação estava garantida. Ou, pelo menos, a ressurreição poderia ser esperada na paz e no aconchego da CASA DE DEUS!...

terça-feira, 4 de março de 2008

Feliz dia da Mulher

Meu nome é MULHER

No princípio eu era a Eva
Nascida para a felicidade de Adão
E meu paraíso tornou-se trevas
Porque ousei libertação.

Mais tarde fui Maria
Meu pecado redimiria
Dando à luz aquele que traria a salvação

Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade

Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.

Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!

Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
piloto de aviãoPolicial feminina,
operária em construção.

Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiserM
eu sobrenome é Competência
O meu nome é Mulher!!!

Autoria Desconhecida

Melhor Momento


Que a alegria da formatura hoje, fique para sempre em você, para que a felicidade também contagiem aqueles que da sua profissão se beneficiarem. meus parabéns!

O I.E.E.R é feliz por ter participado desse seu momento.